Postado 19 de agosto de 2020 em Sustentabilidade, Todos por Andreo
À primeira vista, para um planeta coberto por cerca de 70% de água, uma crise hídrica não deveria ser um problema esperado Mas, a falta de água é uma questão muito real, em escala mundial, que demanda soluções.
Apenas 3% das nossas águas não são salgadas e, portanto, utilizáveis. Precisamos de água para beber, bem como para a produção agrícola, criação de animais e geração de energia.
A falta de preservação, a má gestão dos governos e a distribuição desigual de água geram risco e disputas. Dessa forma, a crise hídrica se instala, como resultado dos baixos níveis de água nos reservatórios.
Com isso, á água vai ficando mais rara e os processos de tratamento e extração, cada vez mais caros. Os reservatórios ficam escassos e não conseguem atender às demandas da população.
Antes de mais nada, é importante fazer esta distinção: “seca” e “crise hídrica” não são a mesma coisa.
Entende-se por seca um período com escassez de chuvas, que abrange extensas regiões e possui longas durações. A crise hídrica, por outro lado, é a incapacidade de suprir a crescente demanda por água.
Os dados constantemente divulgados por pesquisadores levantam um estado de alerta. De acordo com uma publicação do World Resources Institute (WRI), em 2040, 3,5 bilhões de pessoas no mundo sofrerão com a escassez de água.
Essa grave crise hídrica teria raiz na degradação do meio ambiente, causada pelo homem. Da mesma forma, existe a previsão de grandes desastres naturais com o degelo das geleiras, gerado por alterações climáticas.
Por outro lado, muita gente já sofre com a crise hídrica enquanto você lê este texto. Os dados da ONU mostram que, atualmente, 1 bilhão de pessoas não têm acesso adequado à água.
Na Cidade do Cabo, África do Sul, os últimos 3 anos foram de escassez de chuvas. Nesse ínterim, a situação hídrica se agravou e muitos moradores estão racionando a água. Práticas como usar apenas um litro e meio de água para tomar banho são comuns.
O governo local tenta combater os efeitos da crise hídrica com diversas medidas. Na corrida contra o tempo, muitas medidas foram tomadas. Apostaram no racionamento, projetos de captação de água subterrânea, dessalinização da água do mar e reciclagem de água.
Para saber mais sobre essas e outras iniciativas para combater a crise hídrica mundial, confira outro artigo do nosso Blog.
Primeiramente, fica claro que o problema da crise hídrica é complexo e que se baseia no aumento da demanda e na diminuição do recurso disponível. Os recursos existem, mas as ações humanas estão gerando escassez.
O aumento populacional descontrolado e o crescimento das cidades geram mudanças muito grandes para o meio ambiente. Muitas vezes, os recursos naturais próximos às áreas urbanas não conseguem suprir a demanda crescente da cidade.
São Paulo, por exemplo, em seu processo de crescimento, acabou mudando os fluxos e cursos de seus rios. Atualmente, mais de 3 mil km de rios estão canalizados na cidade.
Essa prática é igualmente aplicada em âmbito nacional. Belo Horizonte, por exemplo, é a segunda capital com mais rios canalizados no Brasil.
Imagine um gráfico que informa o crescimento populacional em uma linha e a oferta de água disponível em outra. Ao mesmo tempo que a população mundial só cresce, a quantidade de água no mundo só diminui, devido ao aumento da poluição.
Além disso, a prática de mudar os fluxos dos rios acarreta em problemas nas reservas hídricas. Isso porque, um rio não existe isolado. Ele se encontra em um ecossistema, uma rede de bacias que dependem direta e indiretamente entre si.
Dessa forma, a complexidade de manter o volume de um corpo hídrico aumenta. É necessário que chova em toda uma região e não apenas em torno de sua área.
Assim também, o crescimento desenfreado das cidades gerou outros problemas como a falta de saneamento básico. Muitos empreendimentos imobiliários só se preocuparam com o abastecimento de água e negligenciaram o esgotamento sanitário.
Com boa parte do esgoto sendo despejada diretamente nos rios, juntamente com a falta de tratamento de esgoto, a oferta de água doce diminui.
Logo, fica evidente a relação direta entre fatores como aumento populacional, gestão dos governos e falta de preservação acarretam a crise hídrica.
Nós mesmos podemos tomar algumas atitudes simples para melhorar o ecossistema como um todo. Evite o consumo excessivo e o desperdício, e reduza a quantidade de lixo que você produz.
A natureza leva de 200 a 450 anos para decompor os sacos e copos de plástico. Estes, frequentemente vão parar nos mares e rios, agravando a já complicada crise hídrica. Escolha produtos sustentáveis, como as sacolas reutilizáveis e o Copo Menos 1 Lixo.
Afinal, utilizar os recursos naturais com consciência e preservar o meio ambiente é dever de todos nós. E você, faz a sua parte?