Conheça o saco plástico solúvel em água e que não polui o meio ambiente.
Postado 11 de maio de 2018 em Sustentabilidade, Todos por Andreo
Plástico solúvel
Num cenário onde a contaminação ambiental gerada pelas sacolas plásticas se tornou um problema mundial e mais de vinte países já proibiram ou adicionaram impostos à sua utilização, a empresa Solubag inovou para enfrentar este problema de maneira sustentável, criando uma matéria-prima similar ao plástico, amigável com o meio ambiente e solúvel em água.
“Após estudar a indústria, e considerando que por ano são usadas em torno de um trilhão de sacolas plásticas no mundo inteiro, percebemos que não havia sido desenvolvida, no plano massivo, a ideia de criar um produto de uso cotidiano com base em insumos que não fossem nocivos para nosso entorno”, explicou Roberto Astete, gerente geral da empresa.
Mudança sutil
Com uma mudança sutil na fórmula do plástico, que permite substituir o petróleo por pedra calcária, esse grupo de empreendedores chilenos conseguiu fabricar sacos de plástico e de tecido reutilizáveis solúveis em água que não contaminam o meio ambiente.
Roberto Astete e Cristian Olivares, os dois artífices deste produto, começaram a fazer experiências para fabricar um detergente biodegradável, mas acabaram por encontrar uma fórmula química à base de PVA (álcool polivinílico, solúvel em água) que substitui os derivados do petróleo, responsáveis pela alta durabilidade dos plásticos que está a dizimar animais marinhos e a deteriorar o meio ambiente. A fórmula encontrada permite “produzir qualquer material plástico”, razão pela qual pode ser aplicado no fabrico de talheres, pratos e embalagens.
A grande diferença entre o plástico tradicional e o inventado pelos chilenos é que o tradicional vai estar entre 150 e 500 anos no meio ambiente e o deles apenas cinco minutos.
Em coletiva de imprensa, os dois criadores demonstraram a solubilidade imediata dos seus sacos de plástico em água fria ou de bolsas de tecido reutilizáveis em água quente. “O que fica na água é carbono”, assegura Astete. Carbono esse que, segundo testes médicos, “não tem nenhum efeito no corpo humano”.
E quando chove?
Como garantir que as compras chegam a casa se chover? Os fabricantes dizem que podem programar a temperatura à qual os sacos de plástico se dissolvem no contato com a água. Outra vantagem destes sacos é que são antiasfixia, uma causa importante de mortalidade infantil, uma vez que se dissolvem em contato com a língua ou lágrimas.
Com a sua produção maciça, que pode ser feita nas mesmas empresas que fabricam os plásticos convencionais – basta alterar a fórmula -, o preço destes novos produtos pode ser similar ao dos atuais, garantem.
A iniciativa ganhou o prémio SingularityU Chile Summit 2018 como empreendimento catalizador de mudança, o que rendeu aos inventores um estágio no Vale do Silício, Estados Unidos, a partir de setembro.
Fonte: UOL e CicloVivo