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Microplásticos no sangue humano: como acontece?

microplásticos no sangue humano

No início deste ano, pesquisadores conseguiram identificar a presença de microplásticos no sangue humano. Definitivamente, esta ameaça silenciosa e quase invisível já vem preocupando cientistas há algum tempo.

A poluição plástica é um problema para todas as formas de vida. O material, muitas vezes usado por poucos minutos, demora séculos para se degradar na natureza. Nesse ínterim, o plástico se quebra em minúsculas partículas. 

Os chamados microplásticos então se espalham e se fixam no meio ambiente e no nosso corpo. Somente no fundo do oceano, existem 14 milhões de toneladas do material. Assim, a presença de microplásticos na água, no ar e na comida já é comprovada. 

Somente agora foram encontrados microplásticos no sangue. Contudo, eles já haviam sido identificados em alguns órgãos, como o pulmão. A seguir, vamos contar mais sobre a pesquisa que revelou esta descoberta: fique ligado!

Tem microplásticos no sangue de 80% das pessoas testadas

Segundo um estudo realizado na Holanda, existe mais de um tipo de plástico na nossa corrente sanguínea. A pesquisa analisou amostras de sangue de 22 adultos saudáveis. Deste total, 17 pessoas continham microplásticos no sangue.

A quantidade e o tipo de plástico variaram bastante entre as amostras. Uma explicação para isto pode estar na exposição de curto prazo, antes da coleta do sangue. Por exemplo, tomar um café em um copo de plástico pode interferir no resultado.

De acordo com os cientistas, os plásticos se dividiam em 3 principais tipos. Metade das amostras continha plástico PET, usado em garrafas de bebidas. Cerca de 30% continha poliestireno, usado para embalar alimentos e outros produtos. Aproximadamente 25% das amostras apresentavam polietileno, material das sacolas plásticas.

Em outras palavras, estamos efetivamente consumindo o plástico que produzimos. A poluição que causamos no mundo está voltando para dentro do nosso organismo. Assim, esta descoberta mostra que os microplásticos no sangue podem viajar pelo corpo e se alojar em diferentes órgãos. 

Ainda não se sabe exatamente os efeitos que este material pode causar ao nosso organismo. Apesar disso, é razoável ficar preocupado com o resultado deste estudo pioneiro.

Quais são os impactos do plástico no corpo humano?

 

Na verdade, as evidências de que existem microplásticos no sangue só instigam mais perguntas. As partículas conseguem passar pela barreira hematoencefálica? Elas ficam retidas no corpo? Qual a quantidade mínima para desencadear doenças? Quais são estas doenças?

Até 2040, a produção de plástico no mundo deve dobrar de volume. Logo, o alerta é importante e precisamos urgentemente de novas pesquisas sobre o tema. Afinal, é direito de todos saber o que pode acontecer com o nosso corpo.

Já existem diversas iniciativas para reduzir a quantidade de lixo plástico no planeta. Os copos reutilizáveis, por exemplo, poupam o descarte de milhares de garrafas plásticas. 

Por outro lado, pouco se sabe sobre o plástico que já está sendo absorvido por nós, todos os dias. Cientistas já comprovaram que as partículas se prendem às membranas externas dos glóbulos vermelhos. Como resultado, os microplásticos no sangue podem limitar a capacidade de transportar oxigênio.  

Assim também, já sabemos que eles são parte da poluição atmosférica, que causa milhões de mortes precoces por ano. Acreite se quiser, mas placentas de mulheres grávidas também já apresentaram partículas. Além disso, bebês alimentados com garrafas plásticas estão engolindo milhões de partículas de microplástico por dia. 

Pesquisas anteriores mostram que as partículas são 10 vezes maiores nas fezes dos bebês em comparação com os adultos. Será que os microplásticos no sangue causam mais males às crianças e aos bebês? 

Enfim, a necessidade de pesquisas mais detalhadas e amplas é cada vez mais urgente. Precisamos entender como estas partículas afetam as estruturas e processos do corpo humano e quais riscos estamos correndo.

Como evitar o surgimento de microplásticos no sangue

Primeiramente, seria preciso deixar de ingerir as partículas. Contudo, não existe uma solução fácil para este problema. Isto porque, como já dissemos, os microplásticos estão espalhados no ar, na comida e na água. 

Além disso, apenas uma pequena parcela do plástico produzido no mundo é efetivamente reciclada. O tempo de degradação natural do plástico no meio ambiente é de centenas de anos. Logo, a maior parte de todo o plástico já produzido no mundo, ainda está no planeta. 

Assim, para tentar reduzir as chances de encontrar microplásticos no sangue, temos que agir na raiz do problema. Reduzir ao máximo o consumo de plástico, fortalecer a coleta e reciclagem de plástico são fundamentais. 

Juntamente com estas duas frentes, também é preciso investir em tecnologias de novos materiais. Assim, podemos substituir o plástico por materiais com as mesmas propriedades, mas biodegradáveis.

Enquanto isso, para evitar a presença de microplásticos no sangue, prefira sempre o consumo de água purificada

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