Postado 16 de maio de 2015 em Como Ser Mais Sustentável, Não é Só Uma Gota No Oceano, Todos por Andreo
Alguma vez você já parou pra pensar quais são as consequências para o meio ambiente de se consumir água engarrafada? Apostamos que imediatamente você pensou nas garrafinhas de plástico descartadas na natureza, demorando anos para se decompor, certo? Essa é a primeira imagem que vem à nossa mente, mas é apenas uma parte do problema, que envolve uma complexa cadeia de eventos e processos.
Há muitos impactos gerados pelo ciclo produtivo da água engarrafada, desde o momento da extração da matéria-prima para a embalagem e da extração da água mineral até o momento do descarte das garrafinhas. Vamos conhecer um pouco melhor as etapas desse sistema e de que maneira elas impactam no meio ambiente?
A matéria-prima do PET é o petróleo, portanto, a primeira fase do ciclo envolve a extração desse material. Tanto esta quanto as fases de fabricação e produção da garrafa, de lavagem e de encaminhamento para envase acarretam impactos diretos na natureza.
√ Eutrofização: a descarga de efluentes industriais na água deixa uma quantidade excessiva de minerais (fosfato e nitrato). Esse excesso provoca o aumento na produção de algas que habitam a superfície da água, levando ao desequilíbrio de todo o ecossistema aquático por gerar a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido disponível na água;
√ Acidificação dos oceanos: iniciado desde a 1ª revolução industrial (séc. XVIII), este fenômeno ameaça toda a vida marinha por gerar a diminuição do pH nos oceanos, resultando no aumento da acidez, que é causada principalmente pelo aumento do dióxido de carbono (CO2) atmosférico, que se dissolve na água.
√ Aquecimento Global: aumento das temperaturas médias do planeta, causado pela emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
√ Smog Fotoquímico: formação de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos. As emissões atmosféricas industriais de compostos químicos provocam reações químicas e liberam ozônio em baixas altitudes, provocando sérios danos à saúde humana.
Não podemos nos esquecer do transporte das garrafas, contando todo o trajeto realizado desde o local de envase até o local de sua distribuição. Este transporte causa emissões atmosféricas liberadas pelos veículos utilizados, principalmente de CO2, que é o grande responsável pelo efeito estufa (aquecimento global).
Por fim, chegamos ao descarte das garrafas depois de consumidas. Existem os aterros sanitários ou lixões para onde as garrafas são levadas, e estes já não encontram mais espaço nas grandes metrópoles, tamanha a quantidade de resíduos a serem descartados.
No melhor dos cenários, se forem descartadas corretamente, sendo destinadas a reciclagem, a própria atividade de coleta e de transporte envolve a mesma problemática de emissão de CO2 pelos veículos. Tudo isso eleva os custos da coleta do lixo para o contribuinte, que poderia ter essa verba direcionada para educação e saúde, por exemplo.
Já pensando nas garrafas que são descartadas diretamente na natureza, a situação fica ainda pior, pois a maioria delas vai parar nos rios e oceanos, gerando problemas como o agravamento da poluição, enchentes e a morte de diversas espécies marinhas, que ingerem o plástico por engano.
Agora, entendendo um pouco mais sobre como cada coisa está ligada a outra e compreendendo o impacto de cada ação, fica mais fácil entender que se cada um de nós deixar de consumir garrafas e galões, o meio ambiente sofrerá muito menos danos. Se não existir a demanda por água engarrafada, toda a cadeia produtiva se desconstrói e o cenário que estamos vendo hoje poderá mudar. Não consumir água engarrafada é não incentivar toda uma cadeia que causa muitos danos à natureza. Seja você o protagonista dessa história e comece tendo uma atitude sustentável! 😉